Exército de Salvação no Rio de Janeiro ajuda pessoas afetadas pelas enchentes
A chuva afetou pouco as unidades do Exército de Salvação em Bangu e Santa Cruz, mas São Gonçalo, Niterói, Rio Comprido e o morro da Divinéia foram muito atingidos.
No início da manhã de terça e quarta era impossível ir a qualquer lugar. Todas as ruas estavam alagadas, com vários carros e até ônibus atolados na lama. Defesa Civil e a Prefeitura pediam para ninguém sair de casa a fim de não aumentar ainda mais a confusão de carros abandonados, ruas cheias de água, lixo e lama e bairros inteiros sem luz.
Os membros da Associação de Moradores do morro da Divinéia buscaram ajuda no Projeto Integração do Exército de Salvação para acomodar as pessoas cujas casas estavam em situação de risco. Os responsáveis pelo trabalho do Exército de Salvação na comunidade, Major Sara Chagas, os Tenentes Simone e Edmilson Silva juntamente com voluntários, subiram o morro com eles a fim de ver o tamanho do problema.
Duas casas já haviam sido levadas pelas chuvas. As pessoas foram levadas ao hospital, mas estavam bem e tinham ido para a casa de parentes. Debaixo já de muita chuva a equipe conversou com os moradores que insistiam em ficar em suas casas. Uma casa já não tinha praticamente nenhuma terra em volta dela e nem alicerce. Nesta região só não caíram mais casas por causa da caixa dágua enorme construída pela Prefeitura que tem alguns metros de profundidade.
Muita chuva já corria nesta hora e nesta região há casas de barro e madeira, muito vulneráveis. As águas corriam que nem um rio, já haviam derrubado casas e feito até um furo na parede de outra casa.
“Descemos com o pessoal da Associação, conversando com todos que passavam por nós e os que olhavam meio perdidos pelas janelas de suas casas. Conversamos com as crianças do Projeto que fomos encontrando e alguns pais. Reafirmamos nosso desejo de ajudar. O pessoal da Associação disse que naquele momento não havia ninguém precisando ser abrigado, mas que acreditavam que a noite, e com mais chuva, iriam precisar da nossa ajuda. Combinamos que ligariam para o Projeto assim que precisassem, pois os Tenentes estariam a disposição para ajudar com o que fosse necessário, e nos ligariam em seguida”, relata a Major Sara Chagas, responsável pelo trabalho do Exército de Salvação no Rio de Janeiro.
Paralelo a isso, os Capitães Nilson e Marilza do Rosário, responsáveis pelo trabalho do Exército de Salvação em Niterói estiveram no morro do Estado, onde houve também desabamento de terra e onde algumas pessoas já morreram, e onde tem alguns contatos salvacionistas.
A Capitã Goretti, Major Carlos e voluntários foram à comunidade Belém-Belém, em Engenho de Dentro, onde residem crianças que participam do Centro Sócio-Educativo do Exército de Salvação no Méier para avaliar a situação lá. A situação da comunidade é preocupante pois há um córrego do lado e fica abaixo do nível da rua.
Hoje o dia foi de escoamento de água e limpeza das ruas. O Rio de Janeiro é formado de montanhas (com deslizamentos), córregos (que transbordaram), lagoas e baías (que também transbordaram) e o mar (que está com ressaca). Ou seja, é tanta água e lama que levará dias para a Prefeitura conseguir tornar a cidade transitável. Com isso está sendo pedido para a população não ocupar as vias públicas para facilitar a passagem de caminhões de limpeza da prefeitura, ambulâncias, carros de bombeiros, etc. Assim, mesmo quem está aqui no Rio só fica sabendo da situação pela TV. “Como também o caos está muito espalhado (a cidade toda foi atingida), não dá para se concentrar num só ponto de atuação, então estaremos dando atenção às comunidades onde já trabalhamos ou temos conhecidos, e suas redondezas”, explica Sara.
Doações de roupas, sapatos, alimentos, material de limpeza e outros objetos podem ser entregues na Rua Bambuí, 36, Grajaú. Informações pelos telefones: (21) 2298-2574 / (21) 25773512.