Relato em primeira mão sobre a distribuição de alimentos no Haiti
Leia a seguir o relato da Major Kelly Ponster, uma das responsáveis pelo trabalho do Exército de Salvação de assistência às vítimas do terremoto no Haiti.
“A fome e o cansaço eram evidentes nos rostos daqueles passando pela fila de distribuição de alimentos. No dia 1 de fevereiro, um comboio de veículos trouxe ao local 40 membros Em 1 de fevereiro, no momento em 2 locais, um comboio de caminhões carregados de comida. O Exército de Salvação rapidamente assumiu o controle e dentro de minutos as portas dos caminhões foram abertas e comida começou a ser distribuída. Dezenas de militantes do Exército de Salvação e voluntários foram ao local para a entrega dessa quarta leva de distribuição de alimentos na região. Para eles, tratava-se de serviço. Para desabrigados a questão era a sobrevivência.
Milhares de famílias se enfileiraram nas estradas empoeiradas aguardando um carimbo nos cartões de entrega de alimentos. À medida que a fila avançava, as pessoas recebiam suas cestas básicas, suficientes para alimentar uma família de cinco integrantes durante uma semana. Cerca de 552.000 alimentos foram distribuídos em menos de quatro horas.
A vida ao redor do acampamento do Exército de Salvação continua difícil. O saneamento básico é uma preocupação constante e a resposta emergencial prossegue a cada dia. Seria fácil pensar que não há sinais de esperança em meio às ruínas do bairro. No entanto, naquele dia pequenos gestos fizeram a diferença. Um grupo de três jovens voluntários, fazendo seu melhor para manter a fila de distribuição de alimentos andando, avistou uma mulher idosa que parecia estar um pouco em dúvida quanto ao processo. Eles se afastaram da fila e se achegaram a ela, tempo suficiente para ajudá-la a fechar sua caixa e colocar a comida em cima de sua cabeça para poder transportá-la de volta ao acampamento. Isso levou apenas dez segundos, mas fez a diferença. Em meio ao caos e desespero ainda há lugar para o respeito.’’